Se comprovada, pode acarretar em retrocesso na descoberta
de possíveis curas para a doença
Doenças degenerativas que acometem o sistema nervoso central e provocam demência estão na lista de prioridades de cura ou de um tratamento eficaz há muitos anos entre pesquisadores de todo o mundo. Como é sabido, a idade é um dos principais fatores para o desenvolvimento da Doença de Alzheimer, porém a ciência ainda procura uma resposta definitiva sobre o que causa e como a doença se desenvolve de fato. A demência causada pelo Alzheimer lesiona o tecido cerebral e faz com que a função cognitiva, que envolve aprendizagem, memória, atenção, fala e comportamento seja reduzida. Neste processo, os neurônios responsáveis por estas funções não se comunicam corretamente e morrem. Porém, a mais nova polêmica envolvendo a patologia diz respeito a uma recente reportagem publicada pela Science, que revela que um analista de imagens de neurociência encontrou diversas fotos suspeitas em dezenas de artigos científicos publicados sobre a doença, o que pode fazer cair por terra muitos anos de estudos e atrasar ainda mais a descoberta da cura do Alzheimer. Após receber uma ligação, Matthew Schrag, neurocientista e médico da Universidade Vanderbilt, mergulhou a fundo para descobrir uma possível má conduta científica que pode envolver muitos interesses diferentes. Uma das bases de estudos da cura da patologia envolve a proteína beta-amiloide, que se acumula em placas nos neurônios, prejudicando sua função e por conta disso muitas drogas baseadas nessa informação vieram a fracassar, como é o caso do Simufilam (medicamento em aprovação de uma farmacêutica americana) que traz uma possível fraude nos estudos que está sendo investigada pelo departamento de justiça nos EUA. Ao comentar a nova polêmica, a Dra. Vanessa Milanese, Diretora de Comunicação da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia, afirma que embora ainda não exista cura para o Alzheimer, a comunidade científica não mede esforços para buscar respostas que ajudem no bem-estar das pessoas que recebem o diagnóstico. "Os neurocientistas, e aí se incluem colegas neurologistas e neurocirurgiões, estão sempre trabalhando para ajudar essas pessoas, criando modos de melhorar o seu tratamento para que estes pacientes continuem a produzir e mantenham as suas atividades familiares e sociais. Saber que muito do que foi divulgado pode ter sido feito por interesses escusos é decepcionante" , diz a neurocirurgiã. "Ainda são necessárias mais informações que comprovem que estes estudos tenham sido fraudados para beneficiar algum determinado grupo. As comunidades neurocirúrgicas e neurológica devem ficar atentas com o que ainda está por vir sobre este assunto, finaliza a Dra. Milanese.
A reportagem completa contendo todos os detalhes foi publicado na Science e pode ser lida aqui.
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