A SBN salienta que o tratamento amplamente divulgado na imprensa durante essa semana necessita de mais estudos para ter a sua eficácia comprovada
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), comunica aos seus associados e ao público geral que o tratamento proposto pelo médico brasileiro que reside nos Estados Unidos, Dr. Marc Abreu, que diz ter conseguido resultados promissores com um método de indução de proteínas do choque térmico que desenvolveu para doenças neurodegenerativas, ainda não possui eficácia comprovada cientificamente.
Ainda não existe cura para as doenças degenerativas neurológicas: Doença de Parkinson, Doença de Alzheimer, Ataxia Espinocerebelar e Esclerose Lateral Amiotrófica. Para a Doença de Parkinson, foco da reportagem, já existem vários tratamentos comprovados cientificamente que auxiliam na diminuição dos seus sintomas, desde medicações a neuromodulação através da Estimulação Cerebral Profunda, mas a ciência ainda procura uma cura para essa patologia.
O Dr. em questão é um estudioso em termometria (estudo da temperatura e suas formas pelas quais a mesma pode ser medida) e seus trabalhos são exclusivamente sobre estes assuntos. A intervenção terapêutica proposta aumenta a expressão de proteínas relacionadas ao choque térmico, as quais levariam a uma melhora da função muscular e do fluxo sanguíneo cerebral, melhorando, hipoteticamente, alguns sintomas na Doença de Parkinson. Essa hipótese necessita de uma investigação mais aprofundada dos benefícios potenciais da terapia de choque térmico com estudos clínicos bem desenhados.
A SBN entende que essas novas opções de tratamentos geram grandes expectativas e ansiedade em quem sofre dessas patologias e em seus familiares, mas ressalta que toda nova possibilidade de intervenção terapêutica deve passar por uma rigorosa etapa de testes clínicos com estudos multicêntricos, para que a sua eficácia e segurança seja efetivamente demonstrada.
A Sociedade Brasileira de Neurocirurgia reitera o compromisso de informar e disseminar novas informações sobre os resultados de estudos desse e de quaisquer outros métodos que venham a melhorar a qualidade de vida de quem tem a Doença de Parkinson e outras doenças neurológicas degenerativas. Além disso, reafirma que todos os nossos associados prezam pelo uso de métodos comprovados e alicerçados cientificamente.